Belca: arte e Saúde Mental na superação da Síndrome de Burnout [ATO 2]

Conheça a história de Belca, uma artista visual que entrou em contato com a Campanha Janeiro Branco e nos emocionou com a sua trajetória, a sua coragem e a maneira como se (re)apropriou da escrita (da produção!) da sua própria história de vida!

Vamos lhe contar essa história em três etapas, em três posts aqui no Blog do Janeiro Branco – ou, em outras palavras, em três atos, como Belca também nos contou por meio de um relato bastante sensível sobre os caminhos que a levaram à arte e a uma explosão de cores, de criatividade e de Saúde Mental em sua vida!

ATO 2: A RECUPERAÇÃO

Belca: Síndrome de Burnout, sofrimento, demissão, psicoterapia, superação e realização por meio da arte

“Como foi de férias?”- um colega me perguntou.

“Férias? Eu tive um ‘piripaco’ e fiquei afastada por 15 dias.” Ele: “Burnout?”, eu consenti. “Eu tenho uma terapeuta excelente para te indicar.” E assim a Rose chegou à minha vida. A linha de trabalho dela é uma medicina alternativa EFT (Emotional Freedom Technique ou em português Técnicas de Libertação Emocional) uma espécie de acupuntura psicológica que trabalha neurolinguística e equilíbrio de energias.

Cerca de 1 mês depois do início do meu trabalho com a Rose, fui demitida, ainda num quadro muito severo da doença. Como perdi o emprego, ganhei tempo pra procurar mais ajuda e iniciei um tratamento psiquiátrico junto à Dra. Ana por indicação da minha médica ginecologista. Foi a primeira vez na vida que passei em um psiquiatra, eu carregava alguns tabus em relação a ser assistida por um médico dessa especialidade. Mas como eu disse no texto anterior, a Síndrome de Burnout é tão traiçoeira por se instalar de forma discreta que eu não tinha noção da gravidade em que estava. Até porque um dos sintomas da doença é a despersonalização e isso me distanciava do discernimento do que era estar bem. Então essa era a grande ajuda que eu precisava da Dra. Ana: Quem sou eu mesmo?

Voltando à Rose, com a evolução do tratamento, ela me propôs conhecer mais meus ancestrais, em especial meus avós. Foi uma viagem deliciosa ir a fundo em quem eram meus avós, que desafios enfrentaram em suas vidas e quais realizações conquistaram. Infelizmente, foi uma descoberta póstuma e, felizmente, sob a perspectiva dos meus pais. Foi uma descoberta para além da relação avós-neta que eu vivi. Iniciei um resgate da minha essência e voltei os pensamentos para quem eu sou.

Arte da artista Belca inspirada na Campanha Janeiro Branco

Do que vale destacar no aspecto de contribuição à minha formação: minha avó materna era artesã de mão cheia apesar de não ter explorado isso profissionalmente, dos seus 4 filhos, 3 são artistas plásticas (isso inclui a minha mãe), meu avô materno era filho do dono da primeira gráfica de São Carlos (Typografia Camargo, responsável pelo Correio de São Carlos), meu avô paterno viveu pouco porém empreendeu por 12 vidas inteiras.

Ainda na busca de ajuda e cura, procurei a Flávia Soubihe, da Woman To Be, que me auxiliou no desenvolvimento pessoal buscando e potencializando o que tenho de melhor e também trouxe para minha vida diversas ferramentas que ampliaram meu autoconhecimento. Vivi um enorme resgate essencial. Várias pessoas foram envolvidas nessa metodologia da Flávia, como meu marido, irmão e amigos. Esse processo me levou fortemente à infância e por coincidência (ou não) me reaproximei das pessoas que estiveram presentes nessa fase da minha vida.

Amigos de infância nos conhecem de uma forma muito pura, conhecem nossa ingenuidade, conhecem nossos medos, traumas, conhecem nossos pais, nosso lar. Conhecem nossa risada e nos conhecem acima das vivências e tormentos do mundo adulto. Existe uma linha de autoconhecimento que busca a criança interior, eu ainda não fiz (adoraria fazer) mas imagino que a vida me levou de alguma forma para esse reencontro, para que eu fortalecesse a minha identidade.

Belca: “aprendi que é possível viver de arte e que isso atrai e te cerca de gente boa”

Não satisfeita com a jornada até aqui, procurei a Flávia Figueira, talentosíssima artista, que corta, costura, pinta e borda. Sem falar na pessoa incrível que é e na paz que ela transmite. No ateliê dela, cercada de árvores e cachorros, a arte é um pretexto para uma grande terapia em grupo. Naquela frequência serena não tem assunto que a idade separe. Todos são bem-vindos, cada um na sua melhor idade. Com ela eu aprendi que é possível viver de arte e que isso atrai e te cerca de gente boa.

Foi por esse caminho de redescobertas que percebi como a arte me acompanha desde pequena e como ela sempre se manifestou em mim mas nesse momento de busca pela cura, ela gritou!

Para mais informações sobre Belca: www.belca.com.br

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